Navios das Américas atracam no porto de Rio Grande para concluir treinamento internacional

Guilherme Mazui, Zero Hora

Um destróier, duas fragatas lançadoras de mísseis e um navio de guarda-costa dos Estados Unidos navegam em águas gaúchas. Ao lado de embarcações das Marinhas do Brasil, Argentina e México. São parte de um treinamento internacional. Participam da Operação Unitas, que se encerra na segunda-feira, em Rio Grande, no sul do Estado.

 

Ao todo, 11 embarcações atracam no porto gaúcho amanhã. Rio Grande é a parada final do exercício naval mais tradicional do planeta, realizado anualmente desde 1959. Criada durante a Guerra Fria, em sua 52ª edição a Unitas envolve 2,3 mil homens, sendo 750 americanos e 1,2 mil brasileiros.

Com partida em 19 de abril, em sua primeira fase, a operação percorreu uma faixa de litoral entre Salvador e o Rio de Janeiro. Na última segunda-feira, partiu para Rio Grande. No caminho, foram realizados exercícios de guerra, com ataques aéreos, tiros reais de canhões e lançamento de mísseis. No Rio Grande do Sul, as manobras ocorrem a cerca de 50 quilômetros da costa.

– A Unitas prepara as forças navais. Faz simulações de ataques contra inimigos que usam submarinos, helicópteros, aviões. Testa equipamentos, vê se os homens estão preparados – destaca o capitão de fragata Expedito Barreto de Oliveira, chefe da seção de operações do 5º Distrito Naval da Marinha do Brasil, com sede em Rio Grande.

– A manobra conjunta auxilia não só no fortalecimento da confiança e cooperação para enfrentar os desafios marítimos do futuro, mas também no trabalho conjunto em missões humanitárias – complementa Benjamin Chiang, adido de imprensa do consulado americano em São Paulo.

Além da presença de embarcações de quatro países, a operação é observada por representantes do Chile, Colômbia, Peru e Portugal. Tem importante papel nas relações diplomáticas.

– É um estreitamento de laços, ajuda a manter a estabilidade no continente. Você não treinaria com um inimigo. Ainda ficamos próximos da marinha mais poderosa do mundo, vendo quais seus procedimentos e o que poderemos melhorar nos nossos – explica Expedito.

Em sua força-tarefa, os americanos usam quatro embarcações. Destaque para o destróier USS Nitze, apto a lançar mísseis guiados, além das fragatas USS Thach e USS Boone. O USCGC Escanaba faz parte da Guarda Costeira americana.