Hidronave faz primeira expedição no mar em Fernando de Noronha

Do Uol

Quatro velejadores, amigos de infância e apaixonados pelo meio ambiente, tinham um sonho antigo: trazer para o Brasil uma tecnologia capaz de aproximar das maravilhas do fundo do mar aqueles que não podem mergulhar, como crianças, idosos, gestantes e deficientes físicos. Leonardo Veras, Marcos Medeiros, Cláudio Cardoso e Paulo Ferreira apresentam no último sábado (2) o projeto Navi, que em sua primeira expedição oficial levou trinta pessoas para explorar o mar de Fernando de Noronha (PE).


 

As buscas pela tecnologia mais moderna e apropriada para o turismo de expedição científica e a visão subaquática foram parar na Rússia. Segundo o diretor do projeto Leonardo Veras, a hidronave, feita de alumínio, titânio e acrílico, é testada em um antigo estaleiro camuflado que fica a 400 km de um porto russo. “Acho que ela é do tempo da Guerra Fria. Possui tecnologia militar aplicada à área civil”, disse.

Para poder navegar pelo arquipélago, a Navi foi adaptada. Recebeu ventilação para aguentar o calor tropical, teve o casco reforçado e alguns pontos de amarração precisaram ser modificados. Os investidores não contam quanto foi aplicado no projeto, mas dizem que foi “muito dinheiro”.


“O mais incrível deste barco é a lente que ele tem, capaz de aproximar em até três vezes a imagem do fundo do mar, com grande qualidade visual”, explicou Veras. A lente funciona como uma enorme objetiva grande-angular de três metros de diâmetro, que amplia o campo de visão e diminuiu as distorções.

Além disso, a hidronave, movida a biodiesel, é extremamente econômica, uma das grandes preocupações dos idealizadores. “Por ser de alumínio e ter um hidrofólio estabilizador na frente, que funciona como uma espécie de esqui, ela desliza na superfície da água com pouco atrito. Isso é fundamental para tornar o deslocamento mais fácil”, ressaltou Veras.


O desenho futurista da embarcação também é uma atração. “A reação das pessoas é de surpresa, porque o design é muito revolucionário. É quase um filme de ficção científica”, contou o diretor.

Os ensaios básicos com a Navi, que está há 15 dias na ilha, já mostraram que é possível ver corais, peixes da fauna loca, tubarões, tartarugas e até golfinhos. Outras expedições devem ser disponibilizadas para pesquisas e ensino de Oceanografia.