Vitória chilena na abertura da Rolex Ilhabela Sailing Week

 

Pisco Sour se recupera nas milhas finais e vence a S40. Na ORC, Touché é o fita azul da Regata Eldorado Alcatrazes por Boreste

Por Flávio Perez ZDL (SP)

Ilhabela (SP) - A estreia da Rolex Ilhabela Sailing Week foi marcada por variações bruscas de vento e temperatura durante as 55 milhas (101 km) da Regata Eldorado Alcatrazes por Boreste, que abriu, neste domingo, a maior competição náutica da América Latina. E quem se deu bem nessas condições, entre os 12 veleiros da S40, foi o chileno Pisco Sour, do comandante Guilhermo Parada, com uma chegada emocionante na Ponta da Sela.

pisco


"Foi uma regata com pouco vento. Não largamos muito bem. Andamos até Alcatrazes em quinto e contornamos a ilha já em segundo, atrás apenas do Pajero. A
200 metros do final, nos aproximamos definitivamente e chegando na linha o Pajero deu um toque muito sutil em nosso barco", disse Guilhermo Parada, que cruzou a linha de chegada em 7h59min25s. A vantagem para o Patagonia da Argentina foi de 36 segundos.

O melhor brasileiro na classificação da S40 foi o Pajero, comandado pelo argentino Gonzalo Campero, que ficou
em terceiro. A equipe foi obrigada a pagar uma punição no final da regata após uma pequena colisão com o Pisco Sour faltando 50 metros para linha de chegada. A penalidade tirou a segunda posição dos brasileiros. Melhor para o Patagônia, da Argentina, de Norberto Alvarez Vitale.

"Sempre é difícil sair do canal de São Sebastião. Os ventos são inconstantes. A volta da ilha para o Yacht Club de Ilhabela teve mais ventos e a briga ficou mais emocionante entre os S40. No final, a colisão nos atrapalhou e perdemos por causa da penalidade ", contou Gonzalo Campero, que substitui Eduardo Souza Ramos no comando do veleiro.


A largada ocorreu na manhã deste domingo com 18 graus e 5 nós de ventos. Para coroar a festa, o maior veleiro do Brasil, o Cisne Branco da Marinha, dividiu as atenções com os 152 barcos da competição. Durante o percurso, muitos barcos chegaram a ficar literalmente parados. Após contornar Alcatrazes, os veleiros foram impulsionados por rajadas de até 18 nós, na direção Sudoeste.


Escolha de Torben -
O Mitsubishi / Gol de Torben Grael resolveu adotar uma estratégia diferente da flotilha e se deu mal. Velejando mais próximo da ilha e afastado dos concorrentes, a equipe não conseguiu um bom resultado na Regata Eldorado Alcatrazes por Boreste. O bicampeão olímpico cruzou a linha de chegada em 10º, após 8h19min01s de prova.

"Eu achei que ele queria comprar um lote
em Ilhabela. O Torben Grael largou bem, mas acabou se dando mal na escolha do bordo. Isso é comum nas regatas", brincou Gonzalo Campero, comandante do Pajero.

Touché é o fita-azul da ORC -
O primeiro a cruzar a linha de chegada na classe ORC foi o brasileiro Touché, de Ernesto Breda. A tripulação, atual campeã da Rolex Ilhabela Sailing Week, completou a prova em 8h16min47. Atrás do Touché chegaram o Land Rover em segundo e o J Cabot Land Rover (Argentina) em terceiro.

"Foi mais difícil parar o barco no píer do que velejar até Alcatrazes. Fomos recebidos com o tempo ruim e muita chuva no Yacht Club de Ilhabela. Mas, durante a regata, a gente teve sorte de pegar, pelo menos, um pouco de vento e não ficar parado como a maioria", revelou o regulador de velas do Touché, Daniel Fromer.


A organização informou que so na ORC 12 barcos desistiram por causa das condições de tempo na ORC.


O tempo virou em Ilhabela e pegou todos de surpresa no final da tarde de domingo. As condições meteorológicas e o mar agitado obrigaram o Dersa a fechar a balsa que faz o transporte da ilha até São Sebastião. Velejadores desembarcavam no Yacht Club de Ilhabela cansados e molhados após mais de oito horas de regatas. Todos esperam aproveitar a folga de segunda-feira para descansar e arrumar o que estragou no barco depois da travessia.


A próxima regata será nesta terça-feira, a partir do meio-dia, envolvendo todas as classes no formato barla-sota (entre boias).


Robert Scheidt brilha na classe HPE25 -
Mesmo sem "prática" na categoria, Robert Scheidt ajudou o Atrevido a conquistar a vitória do Troféu Renato Frankenthal (20 milhas). A vantagem para o segundo colocado foi de quase 10 minutos.

"A regata foi muito técnica. O vento acabou perto da Petrobrás, mas nosso time escolheu o lado de São Sebastião e conseguiu evitar a correnteza contra. O importante é ter um plano de regata, e deu certo", disse Robert Scheidt.


O velejador foi convidado de última hora para correr a 38ª Rolex Ilhabela Sailing Week. Na classe HPE25, Robert Scheidt compete ao lado de Fábio Bocciarelli, do irmão Thomas Scheidt e de Marina Bocciarelli.


Resultados da Regata Eldorado Alcatrazes por Boreste - S40

1º - Pisco Sour
2º - Patagonia
3º - Pajero
4º - Acuario II - Mitsubishi
5º - Carioca
6º - Crioula (Veleiros do Sul)
7º - Nuevo Maestra
8º - Loyal
9º - Macaco - Claro
10º - Mitsubishi / Gol
11º - Noryema
12º - VTR

Resultados da Regata Troféu Renato Frankenthal - HPE25

1º - Atrevido
2º - Aventura
3º - Bond Girl
4º - BSS
5º - Take Ashauer
6º - Black Jack Montecristo
7º - Oakley / Max
8º - Twins
9º - Matchpoint
10º - Vuarnet-Cotia

Na RGS A, o barco Madrugada, do Veleiros do Sul, não correu a regata longa. O vencedor foi o Saravah (ICRJ).

A Rolex Ilhabela Sailing Week, o principal evento náutico esportivo da América Latina, reúne até o dia 9 deste mês 152 barcos do Brasil, Argentina, Chile e Catar. Estão competindo veleiros das classes S40, ORC 500, 600, 650 e 700, HPE25, RGS-A, B, C e Cruiser, J-24 e Skipper 21 e Beneteau 40.7.

O evento tem patrocínio titular da Rolex e patrocínios ouro da Mitsubishi Motors e da Semp Toshiba e prata do Bradesco Private. O evento tem apoios da Marinha do Brasil, da Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM), das Classes ORC, S40, HPE25 e BRA-RGS, e parcerias do Yacht Club Argentino(YCA), da Prefeitura Municipal de Ilhabela(PMI) e da Brancante Seguros. A organização, sede e a realização são do Yacht Club de Ilhabela.