Copa de Estreantes de Optimist revela talentos da vela nacional

Fonte: ZDL

A abertura do Campeonato Brasileiro de Optimist foi concluída em grande estilo no Yacht Club de Santo Amaro (YCSA). Mais de 50 crianças de 7 a 15 anos tiveram a primeira oportunidade de competir em um evento de alto nível na Copa de Estreantes. Sem se importar com o clima ruim dos últimos dias, principalmente a forte chuva que caiu na zona sul de São Paulo nesta quarta-feira (16), meninos e meninas participaram de seis regatas e o campeão de 2013 foi João Victor Barini Ramos, do Clube Naval Piraquê, do Rio de Janeiro (RJ). No feminino, a atleta com melhor desempenho foi Daniela Luz, do Iate Clube do Rio de Janeiro (RJ).

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Com sonho de repetir um dia o sucesso de Torben Grael e Robert Scheidt nas raias mundiais, o fluminense de 12 anos quer aproveitar ao máximo a passagem pela categoria para aprender. "Tenho muita chão para percorrer na vela. Tenho quase dois anos de pratica e meu objetivo é melhorar sempre e ganhar muitas competições. No campeonato, mesmo não conhecendo a raia da Guarapiranga, consegui ver algumas semelhanças com a Lagoa Rodrigo de Freitas", disse o garoto. "Vou ficar mais um pouco no Optimist e depois migrar para a Laser".

A mãe de João Vitor, Fabiana Barini, apóia a decisão do filho de se tornar um velejador e elogia sua força de vontade e determinação. "Estou super feliz com essa conquista dele, pois conseguiu unir determinação e dedicação aos treinos. O João é apaixonado pela vela e é motivo de orgulho para a família. Ele vai longe, não tenho dúvidas", relatou a mãe e fã número um do velejador. "No futebol ele não leva menor jeito, mas na vela tem tudo para brilhar", completou.

A campeã no feminino foi Daniela Luz, de apenas 12 anos. A representante do Iate Clube do Rio de Janeiro surpreendeu ficando também em segundo no geral, mas segundo ela dava para ter ficado com o ouro. "Tinha tudo até para ganhar. Não consegui aproveitar melhor os ventos e o João Vitor foi melhor. Minha meta é chegar sempre em primeiro, pois me cobro muito", contou a velejadora do Rio de Janeiro. "Espero competir mais vezes, principalmente fora do meu estado, para conhecer pessoas e lugares. Isso é o mais legal da vela".

Mudanças climáticas e falta de vento - A garotada vivenciou literalmente a realidade de uma competição de vela, assim como os profissionais. Mudanças climáticas como chuva e falta de vento deram o tom nos três dias na Represa do Guarapiranga. Nesta quarta-feira (16), por exemplo, a conhecida bandeira vermelha e branca de ‘recon’ (retardamento das regatas) subiu duas vezes. Depois de uma espera de quase três horas, os velejadores foram para água mesmo com forte chuva e frio.

"A mudança de tempo faz parte da essência da vela e a garotada teve uma experiência de luxo no campeonato. Essa oportunidade é única no País, já que reúne velejadores mirins menos experientes em uma competição de alto nível", explicou Marcos Biekarck, coordenador do evento no Yacht Club de Santo Amaro.

Durante os intervalos entre as regatas, as crianças e adolescentes se divertiam jogando tênis de mesa, pebolim (totó), futebol ou mesmo se distraindo com o modernos tablets e celulares. "O clima é de amizade e aprendizado. Os pais e treinadores nesta fase evitam fazer cobranças por resultado. As crianças amadurecem a cada competição", adiantou Marcos Biekarck.

O evento com os estreantes contou com atletas de cinco estados. São Paulo e Rio de Janeiro lideraram a flotilha, seguidos por Rio Grande do Sul, Bahia e Brasília. "Além de competir, as crianças fazem amizades que duram pra vida toda. A vela tem muito desse espírito e a rivalidade no Optimist é muito pequena. Os meninos aprendem muito na água e quando estão no clubes pedem informações aos mais experientes sobre as condições da raia", disse Túlio Cipriani, técnico dos garotos do Iate Clube de Brasília. A equipe conta com três mirins na Copa de Estreantes e seis no Brasileiro da categoria.

O Brasileiro de Optimist de 2013 começa a ser disputado na sexta-feira (18) e seguirá até o dia 25. Até o momento estão inscritos 130 velejadores de todo o Brasil. O campeonato também serve de eliminatória para o Sul-Americano da categoria, na Semana Santa, no final de março, em Porto Alegre. Os melhores defenderão o Brasil no evento continental. Outro foco da garotada é o Mundial, que será no meio do ano na Itália.

"No Brasil, seguramente, a Optimist é a maior classe em número de competidores. O nível consequentemente é alto, ajudando a garotada nas outras categorias no futuro. O mais interessante é que os que saem da Optimist por causa da idade continuam colaborando, principalmente como treinadores", disse Pedro Paulo Petersen, presidente nacional da classe

A 41ª edição do Brasileiro de Optimist tem patrocínio do Sistema ANGLO de Ensino - Abril Educação e tem tudo para ser o melhor da história no Yacht Club de Santo Amaro (YCSA), clube responsável pela realização do evento, que tem a supervisão técnica da Confederação Brasileira de Vela e Motor e apoio da Federação Paulista de Vela.

A classe Optimist é uma das mais praticadas na vela mundial por ser uma categoria de introdução à modalidade. O barco de 2,34 metros é fácil de tocar e oferece segurança para a garotada de até 15 anos aprender as principais funções de um monotipo. Além de ser um barco de iniciação à vela e de excelente custo/benefício, o formato impede velocidades elevadas, garantindo, assim, a segurança do Optimist. O veleiro suporta até 60 quilos.

Resultados da Copa de Estreantes após cinco regatas e um descarte:
1º - João Victor Barini Ramos (RJ) - 14 pontos perdidos (4+1+5+2+2+10)
2º - Daniela Luz (RJ) - 18 pp (3+6+4+8+4+1)
3º - Antonio Marcelino Godinho (SP) - 25 pp (6+3+1+12+3+15)
4º - Gabriel Gusmão de Almeida (BA) - 27 pp (12+2+10+1+8+6)
5º - Arthur Gusmão de Almeida (BA) - 29 pp (8+9+8+3+1+14)

Mais informações no site do YCSA