Velejador que resgatou barco da America's Cup invoca lei de 1800 e pede US$ 200 mil

Por Antonio Alonso -  Blog das Águas

A equipe francesa Energy Team tem um débito com o velejador local Todd Tholke, que salvou o catamarã francês de um naufrágio quase certo em outubro passado, em São Francisco. No entanto, esse débito pode acabar sendo um pouco maior do que o skipper francês Loick Peyron e seu time pensavam inicialmente.

Tudo começou quando, numa madrugada de muito vento, poucos dias antes do início da etapa de São Francisco da America’s Cup World Series, em outubro, as amarras que prendiam o AC45 francês ao cais da cidade se romperam. Sem ninguém a bordo, o barco deslizou pelas águas da Baía de São Francisco, até que encalhar sobre as rochas de uma ilha com o sugestivo nome de Ilha do Tesouro. De acordo com o jornal local San Francisco Chronicle, Tholke percebeu que o barco estava derivando e, a bordo de sua lancha Boston Whaler de quatro metros foi até a ilha e rebocou o catamarã até à marina, onde o entregou à equipe francesa.

Felizmente para os franceses, o catamarã teve apenas danos superficiais. Como demonstração de gratidão, a equipe de Peyron ofereceu a Tholke um passeio pela Baía, a bordo do AC45 que ele havia resgatado. Alguns dias  depois, no entanto, com regata da America’s Cup World Series já em andamento, a equipe de Peyron foi procurada pelos representantes legais de Tholke com um mandado do Tribunal Distrital dos EUA para tomar o barco em custódia assim que a competição fosse concluída.

O advogado de Tholke tirou da manga uma lei de 1800 para dizer que o resgate foi um ato de salvatagem legítimo e que, por isso, o proprietário da lanchinha Boston Whaler teria direito de reivindicar uma soma de pouco mais de US$ 200 mil por seu ato heróico no meio da madrugada. E alguém vai perguntar por que Ilha do Tesouro? O nome não poderia ser melhor. Os franceses saíram chocados. Mas se eles realmente vão ter que desembolsar a taxa de US$ 200 mil é coisa que a Justiça ainda vai decidir.

Pior: Infelizmente para Energy Team, esta foi a única chance que eles tiveram de chegar às manchetes. Além de tudo, ainda foram mal na regata em São Francisco.