Nuzman descarta mudar local da disputa de vela em 2016

Fonte: Terra

O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro e do comitê organizador dos Jogos de 2016, Carlos Arthur Nuzman, rechaçou alterar o local da disputa das provas de vela na Olimpíada do Rio. A raia da Marina da Glória foi muito criticada por Torben Grael, dono de cinco medalhas olímpicas por causa da poluição e, no início do mês, os iatistas que venceram regata da Extreme Sailing Series evitaram dar o tradicional mergulho por causa da água imprópria.

Depois das críticas de Torben, encampadas por outros atletas como Isabel Swan, Renata Decnop e Ricardo Winicki (Bimba), surgiram sugestões de transferir a disputa da vela dos Jogos do Rio para outra raia em uma cidade diferente, assim como ocorreu nas duas últimas edições da Olimpíada - em 2008, a vela ficou em Qingdao, neste ano, em Weymouth. Búzios, onde boa parte dos iatistas brasileiros treina, apareceu como uma alternativa.

Nuzman disse que não existe a menor possibilidade de alteração. "Os iatistas vão ter que se contentar com os ventos da Baía de Guanabara", afirmou o dirigente, que deixou transparecer certa preocupação com a raia que Torben chamou de "a mais poluída da história da Olimpíada".

 

"A poluição da Baía de Guanabara tem sido objeto de conversa nossa com o governo estadual. O trabalho de poluição está sendo feito. Mas isso leva ainda um certo tempo. Não se despolui uma baía de uma hora para outra", explicou.

O dirigente garantiu que até fevereiro, numa reunião que ocorre logo depois do carnaval, Rio 2016 baterá o martelo sobre o local de disputa de todas as modalidades dos próximos Jogos Olímpicos. Ainda se discute, principalmente, onde será construído um campo de hóquei (Deodoro ou Barra da Tijuca) e o palco de disputa do rúgbi.

"Vai ser a primeira vez que uma sede dos Jogos terá todos os locais de disputa definidos três anos e meio antes da competição", gabou-se. Londres teve de fazer uma mudança na sede do mountain bike poucos meses antes do evento começar, por exemplo.

O orçamento final dos jogos, no entanto, só deve ser divulgado na metade do ano. Rio 2016 espera que todos os projetos executivos dos palcos das competições estejam prontos - falta o do velódromo e do parque radical de Deodoro, além das reformas da sede do hipismo e tiro -, enquanto os governos federal, estadual e municipal discutem em que matriz colocarão obras de infraestrutura que também vão servir para a Copa do Mundo de futebol de 2014, como o corredor de ônibus expresso que liga Santa Cruz à Barra da Tijuca.