Demitido, capitão do Costa Concórdia quer recuperar cargo

Fonte: Veja

Francesco Schettino, que é investigado por causar o acidente que matou 32 pessoas e por abandonar o navio antes do fim da evacuação dos passageiros, foi demitido no final de julho. Ele é acusado de homicídio múltiplo culposo (sem intenção de matar) e abandono do navio, mas contesta a demissão por justa causa e pede reintegração a seu posto e o pagamento de salários em atraso.


A Costa Cruzeiros confirma que concluiu o processo disciplinar contra Schettino, após o naufrágio do Concordia, e decidiu por sua demissão", afirmou a companhia, em comunicado citado pela imprensa italiana. Ao explicar os motivos da demissão, a empresa diz que o comportamento do capitão na noite do naufrágio foi considerado uma ‘grave violação' do contrato e do código de navegação.

 

Um funcionário do navio disse ter visto Schettino ingerir bebida alcoólica uma hora antes de a embarcação encalhar. Além disso, há a prova de que ele abandonou o navio e se recusou a voltar e socorrer os passageiros – a gravação de uma conversa do capitão com o comandante Gregorio Maria De Falco, da Capitania do Porto de Livorno, que ordena Schettino a ‘voltar a bordo’, mas a ordem é ignorada. J

Após uma série de audiências técnicas agendadas para a próxima semana no tribunal de Grosseto, Toscana, Schettino deve ser julgado junto com oito executivos e funcionários da empresa. O capitão alega ter feito uma manobra que permitiu salvar milhares de vidas e, por isso, considera-se inocente. O navio de 114.500 toneladas encalhou nas rochas perto da ilha de Giglio, na noite de 13 de janeiro, com 4.229 passageiros a bordo. Os investigadores querem saber por que o navio estava tão perto da ilha e em alta velocidade e por que o procedimento de evacuação foi iniciado apenas uma hora após o acidente.