Mário Czaschke é campeão sul-brasileiro de vela adaptada

De ICSC

Mar agitado, ventos fortes, garra, determinação e força de vontade marcaram o campeonato sul brasileiro de vela adaptada, realizado na sexta-feira (03), em Florianópolis, na sede central do Iate Clube Santa Catarina – Veleiros da Ilha (ICSC). O evento fez parte da Semana de Vela de Santa Catarina, que iniciou no dia 28 de janeiro e terminou no domingo (05/02).

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O velejador para-atleta do ICSC, Mário Czaschke, destacou-se nas três regatas da competição, vencendo as duas primeiras e chegando em segundo na última, sagrando-se o grande campeão. Czaschke é bicampeão brasileiro de vela adaptada e já participou de dois mundiais, um na Holanda (2010) e outro na Inglaterra (2011). Mário teve um acidente vascular cerebral (AVC), quando tinha 39 anos. Mário, que veleja desde os 8 anos e que já participou de praticamente todas as classes de vela, hoje, aos 45 anos, veleja apenas com o braço esquerdo.

O vice-campeão foi Rafael Ferreira Correa, do Rio Grande do Sul, que é paraplégico devido um tiro que levou na coluna, durante um assalto. Lembrou que depois do acidente praticou esgrima e depois partiu para a vela. Hoje tem 34 anos e há quatro treina no Iate Clube Guaíba - ICG.

A medalha de bronze ficou com outro gaúcho do ICG, Éder Renato Rocha, que viu na vela a força para enfrentar os obstáculos impostos pela tetraplegia. Vítima de uma bala perdida, que o atingiu na cabeça aos 18 anos de idade, Rocha treina há quatro meses e pretende melhorar cada vez mais para chegar às para-olimpíadas. Fato curioso de Rocha é que quando aconteceu o acidente, conseguia mexer apenas os olhos, hoje já consegue falar e movimentar, mesmo que com dificuldade, a parte superior do corpo.

Do ICSC participaram mais dois atletas, além de Czaschke. Údson Pires, o popular Chiquinho, que veleja há três anos na vela adaptada e já participou de dois campeonatos brasileiros. Outro velejador é Rafael Borba, que era soldado da aeronáutica e ficou paraplégico após levar um tiro no pescoço, depois de reagir a um assalto. Os dois atletas tiveram problemas no barco e tiveram que abandonar a competição.

Hoje a vela adaptada possui cinco pólos: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro, mas Minas Gerais logo fará parte deste bloco. Conforme o coordenador de vela adaptada nacional, Samuel Fernando Linhares, Florianópolis deve receber, em Maio, o campeonato brasileiro de 2012. Amanhã e domingo entram na água grande campeões de monotipos como optimist, laser, dinque, hobie cat e outros, na raia da baía de Jurerê, prometendo belas disputas e um excelente espetáculo.