A Primeira Olimpíada de Vela

Fonte: Federação Internacional de Vela

A primeira edição moderna das Olimpíadas aconteceu em 1896 no berço ancião dos jogos, Atenas, na Grécia. A vela estava planejada para o programa, mas devido ao mal tempo a competição foi cancelada.

Quatro anos mais tarde, em 1900, começou então a história olímpica da vela nas águas do rio Sena. Meulan, a 20 quilômetros de Paris, e Le Havre, localizada na foz do Sena, deram as boas-vindas aos velejadores para os jogos da II Olimpíada.

Todos os competidores tiveram de passar por um Concourse d’Honneur (“concurso de honra”), que nada mais era do que uma prova de eliminação. Somente sete terminaram no tempo limite. Dois, Mamie e Carabinier, foram desqualificados por fazer uso de outros meios de propulsão além dos ventos.

A imagem abaixo (tirada do relatório oficial da Olimpíada de 1900) mostra as equipes que chegaram ao final do dito Concourse d’Honneur.

(anglais = inglês; allemand = alemão; français = francês).

As classes de competição eram determinadas de acordo com um sistema de arqueação chamado de Thames Tonnage, que levava em conta o comprimento e o tamanho da boca da embarcação, consistindo em duas categorias: barcos entre 10 e 20 toneladas de um lado, e acima de 20 de outro. É interessante saber que os barcos grandes só tinham uma regata para determinar o vencedor, enquanto que os barcos mais leves tinham duas, com vencedores em ambas.

Essa é uma explicação para os resultados inconsistentes, já que algumas fontes históricas juntaram as duas regatas a uma pontuação geral.

Tradição em família

 

O Conde Hermann de Pourtales da Suíça, vencedor da classe de 10-20 toneladas, foi o velejador mais velho da competição, com 53 anos, navegando ao lado da esposa, Helene, de apenas 33 anos, e mesmo assim a mulher com mais na Olimpíada toda. Helene, além disso, se tornou a primeira medalista olímpica feminina quando Lerina (foto acima) passou a linha de chegada no tempo de 2 horas, 15 minutos e 32 segundos na primeira regada da classe 10-20 toneladas.

Marido e mulher velejando juntos receberam também a ajuda de seu sobrinho Bernard, e dessa forma adicionaram uma medalha de prata a sua coleção na segunda regada da categoria, ficando atrás do barco alemão Aschenbradel.

Eles disseram…

“Assim como em vários outros esportes, os resultados da vela na Olimíada de 1900 foram variados, incompletos e contraditórios”, conclui Ian Buchanan, presidente da Associação Internacional de Historiadores Olímpicos, e que, junto com o sueco Tore Widlund, contribui para diversos periódicos do assunto na Alemanha, na França e na Inglaterra.

“A fotografia que estava na frente é realmente impressionante. Os muitos fotógrafos amadores que lotam o banco se apressam em tirar fotos enquanto o público se apaixona por esse belo panorama que não veremos por muito tempo em Meulan”, do relatório oficial da Olimpíada de 1900.