Equipe BMW Motorrad é a melhor do Brasil no Mundial de Hobie Cat 16

Marcos Ferrari e Caroline Sylvestre subiram mais três posições no último dia da competição (15), terminou em 26º, em Jervis Bay, Austrália

Por Local da Comunicação

São Paulo - A equipe BMW Motorrad encerrou o Mundial de Hobie Cat 16, neste sábado (15), como a melhor dupla brasileira, mostrando que está pronta para defender o País nos Jogos Pan-Americanos de Toronto/2015. Em disputa com os principais nomes da vela mundial, na classe, em Jervis Bay, ao norte de Sydney, Austrália, Marcos Ferrari e Caroline Sylvestre mostraram grande poder de recuperação. Viraram o jogo após um início difícil e subiram impressionantes 44 posições a partir da fase semifinal. A dupla foi 25ª, 23ª e 17ª nas três últimas regatas em Jervis Bay e concluiu o Mundial com o 26º lugar. O pódio foi formado pelos australianos Gavin Colbi/Josie Marks (ouro), Cam Owen/Suzzi Ghent (prata) e pelos franceses Jerome Le Gal/Marcos Iazzetta (bronze).

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O Mundial de Hobie Cat 16 foi o mais disputado da história da competição, com a participação de 388 duplas de 27 países distribuídos entre os seis continentes. Entre eles estavam os campeões mundiais: Gavin Colby (2002) e Mick Butler (2007), ambos da Austrália, e o francês Jerome Le Gal (2010). Alguns dos velejadores mais experientes se enfrentaram nas categorias Master e Gran-Master, classificatórias para a fase semifinal. Foi o caso de Marcos Ferrari e Caroline Sylvestre, que terminaram em 11º na categoria Master, classificando-se entre as 155 duplas que passaram à fase seguinte. Apenas as 56 melhores equipes seguiram até a fase decisiva do Mundial, com oito regatas entre esta sexta e sábado.

"Superar cerca de 50 velejadores entre os melhores do mundo foi incrível. É um resultado que nos deixa muito satisfeitos", destacou Marcos Ferrari, lembrando que ele e Caroline saíram do 70º lugar no primeiro dia da fase semifinal para o 38º, subindo em seguida para o 29º no início da fase final. Depois de conseguir um sexto lugar numa das regatas de sexta-feira, melhor resultado da dupla na competição, em confronto direto com alguns dos primeiros colocados, a dupla brasileira enfrentou mais um dia desgastante neste sábado (15) devido à ausência do vento. A largada da primeira regata chegou a ser adiada duas vezes. O vento mais consistente apareceu apenas na terceira perna, com intensidade de 12 nós (20 km/h), mas voltou a diminuir, atrasando também as outras duas provas.

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Tensão a bordo - "As regatas da fase final foram extremamente disputadas pelos 56 melhores velejadores do mundo. A largada era sempre crucial, pois com uma linha relativamente curta para tantos barcos, ninguém tinha margem para erro. Mesmo assim, muitas embarcações acabavam se tocando", contou Ferrari. "A raia favorecia ambos os lados, o que dificultava a primeira montagem de boia, pois sempre tínhamos 30 barcos para cada lado da raia e os duelos se tornavam inevitáveis".

Um acidente com outro barco na penúltima regata rendeu o momento mais dramático para a dupla na competição. "Estávamos com vela à esquerda na largada e uma outra dupla para não bater em um veleiro próximo, deu um bordo e nos acerto com velas à direita, a ponto de ficarmos grudados", relatou Caroline. "Foi um momento de desespero, pois ficamos literalmente grudados e o nosso barco parou. Com isso a flotilha foi embora e tivemos de começar do zero."

Terceira maior delegação no Mundial, com 9 duplas - a anfitrião Austrália colocou 92 duplas na disputa, e os Estados Unidos levaram 17 duplas - o Brasil também teve na final, além de Ferrari e Caroline, os velejadores Cláudio Teixeira/Bruno Reis, em 31º lugar, e Ricardo Halla/Marcela Mendes, em 38º.

Marcos Ferrari e Caroline Sylvestre, que por meio da Lei Paulista de Incentivo ao Esporte contam com o patrocínio da BMW Motorrad e o apoio de GARMIN, OAKLEY, Tecelagem Santa Constância e Companhia Athlética, chegaram ao Mundial após uma temporada vitoriosa em 2013, com seis medalhas, sendo três de ouro. A dupla venceu o Fiji Challenge, competição considerada a mais desafiadora para a classe, o Campeonato Português e a Semana Internacional de Monotipos de Ilhabela. Nesta temporada desenvolvem paralelamente as campanhas na Hobie Cat para os Jogos Pan-Americanos de Toronto/2015 e de Nacra, também com dois cascos, para a Olimpíada do Rio/2016. Competindo de Nacra, conquistaram o bronze na Copa Brasil, em janeiro, em Niterói.

Classificação após treze regatas e um descarte

1. Gavin Colbi/Josie Marks (AUS) - 70 pontos perdidos ([21]+9+5+1+3+2+6+2+4+1+20+13+4)

2. Cam Owen/Suzzi Ghent (AUS) - 108 pp (1+6+5+4+1+32+[43]+5+1+2+1+31+19)

3. Jerome Le Gal/Marco Iazzetta (FRA) - 108 pp (3+[4]+1+2+3+16+5+10+5+9+45+[57]+5)

4. Jason Hess/Irene Abascal (GUA) -55 pp (2+22+9+8+1+8+20+1+23+18+2+6+[43])

5. Tim Shuwalow/Nina Curtis (SWE) - 124 pp (4+20+4+2+2+4+11+8+25+[57]+35+7+2)

26. Marcos Ferrari/Caroline Sylvestre (BRA) - 264 pp
([53]+21+25+13+18+44+34+17+6+21+25+23+17)