Ben Ainslie e Iain Percy criam fundação em homenagem a Andrew “Bart" Simpson


Rosângela Oliveira da nautica.com.br

 

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Há exatamente um ano, Andrew “Bart” Simpson, de 36 anos, perdia a vida em um trágico acidente durante os treinos da equipe Artemis Racing para a America’s Cup. Bart, como era conhecido entre os velejadores, ficou preso embaixo de um dos cascos após o cataramã de 72 pés capotar. Para lidar com a perda do amigo e companheiro de equipe olímpica os velejadores ingleses Ben Ainslie e Iain Percy, junto com a esposa de Bart, Leah, fundaram a Andrew Simpson Sailing Foundation e nesta semana inauguraram o centro de vela Andrew Simpson, na Weymouth and Portland National Sailing Academy.

A Andrew Simpson Sailing Foundation é uma instituição de caridade, com base no Reino Unido, criada em memória do campeão olímpico Andrew “Bart” Simpson, um velejador de talento excepcional e um homem que entendia o valor que a vela pode trazer para o desenvolvimento pessoal e realização dos jovens. Segundo seus fundadores, a instituição trabalha para honrar a vida e o legado de Andrew, promovendo a vela entre os jovens que não tem possibilidade de praticar o esporte. O novo centro, inaugurado hoje, também pretende levar aos jovens oportunidades de trabalho na indústria náutica.

Em entrevista para o jornal inglês Independent, Ben Ainslie disse que hoje teria sido um dia perfeito para Bart. “Significava muito para ele oferecer a oportunidade para que todos pudessem velejar ou obter um emprego na área. Um grande objetivo de Bart era livrar a vela do estigma de esporte elitista. Eu só queria que ele estivesse aqui para ver isso. Eu daria qualquer coisa para isso”, completou Ainslie.

Nesta mesma ocasião, James Spithill, skipper da equipe campeã da America’s Cup, a Oracle Team, comparou a morte de Bart a de Ayrton Senna. “Ninguém morreu na Fórmula 1 desde o acidente de Senna e estamos todos esperando que isso nunca mais aconteça na America’s Cup ou qualquer outra competição de vela.”

“É claro, na vela isso não é tão simples, pois ao contrário da Fórmula 1, você tem que lidar com uma forças que estão fora de seu controle. Os elementos vento e mar sempre farão do nosso esporte algo imprevisível, mas pela primeira vez não estamos apenas nos concentrando em velocidade, mas também em segurança. O que aconteceu com Bart realmente foi um “momento Ayrton Senna” para a vela. Ver um amigo tão amado perder a sua vida na busca de velocidade nos obrigou a parar e pensar. Essa tragédia tem de ser um ponto de mudança para todos nós”, completou Spithill.

Iain Percy, amigo e parceiro de Bart na classe Star, também presente na cerimônia declarou: “Eu sinto mais falta dele mais quando estou competindo. Quero virar para ele o tempo todo e buscar o seu conselho ou segurança. Naturalmente, eu não posso. Eu sei que a falta dele vai me afetar para o resto da minha vida.”

A Andrew Simpson Sailing Foundation foi fundada em junho de 2013 e a abertura do centro de vela foi o último passo para manter seu programa de ajuda para as crianças carentes no Reino Unido.

Fotos: onEdition