Projeto pioneiro tem objetivo de tornar possível o acesso à internet em zonas remotas do oceano
Maristella Pereira da nautica.com.br
BLUECOM+ é um projeto pioneiro a nível mundial, que está sendo desenvolvido por portugueses e noruegueses, para tornar possível o acesso à internet em zonas remotas do oceano, a mais de 100 km da costa, em banda larga e com baixo custo, utilizando tecnologias de acesso como o Wi-Fi e o 4G. Ele tem como principais objetivos a facilitação de atividades como a exploração de recursos minerais no fundo do mar, a monitoração ambiental e o auxílio na realização de atividades mais tradicionais como a pesca ou o transporte marítimo, que exigem cada vez mais o acesso à comunicação no mar, ligando as pessoas e os sistemas à internet.
O conceito do projeto, que envolve o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e a MARLO AS (parceiro norueguês) baseia-se na utilização de balões de hélio ancorados, por exemplo, em bóias, embarcações ou parques eólicos, que formam uma rede voadora emalhada de banda larga a operar nas bandas de frequência libertadas pela televisão analógica, de modo a garantir ligações rádio de longo alcance.
O BLUECOM+ está alinhado com a iniciativa TEC4SEA, que o INESC TEC tem desenvolvido desde 2012 com sistemas como o JANUS, que tem como objetivo transformar os barcos de pesca em pontos de retransmissão de sinal de internet para outras embarcações que não estejam em alcance da rede terrestre, ou o MARBED, uma rede wireless marítima piloto instalada na costa da área metropolitana do porto. O projeto tem previsão de término em dezembro deste ano, com o último objetivo de construir um protótipo da solução de comunicações sem fios e demonstrá-lo em ambiente marítimo, recorrendo a duas embarcações do IPMA que vão funcionar como pontos de ancoragem dos balões de hélio e papagaio.
Foto: Divulgação