“Primeiro medo de todo velejador”, por Gustavo Glimm

Com apenas 14 anos e já tendo conquistado importantes  títulos na carreira de velejador, o atleta Gustavo Glimm, da Flotilha Minuano do Veleiros do Sul, desabafou em um texto publicado pelo blog Alster sobre o seu primeiro medo enfrentado no esporte, há 4 anos, causado por um forte vento durante a sua aula de vela.

Confira o relato completo:

Primeiro medo de todo velejador

“Para falar sobre o primeiro medo de todo velejador, gostaria de compartilhar com vocês o meu primeiro medo que venci para começar a velejar e entrar no mundo da vela. Provavelmente, todo mundo já passou por algum tipo de medo ao velejar. Desde o iniciante até o campeão mundial, todos já passaram por isso. O medo é algo importante, pois nos mantém vivos. Às vezes, o medo parece uma coisa ruim, mas nem sempre é, pois nos dá limite muitas vezes necessário para sobreviver. Sendo assim, o problema do medo é o excesso. Saber lidar com ele é fundamental para conseguir atingir os seus objetivos. Muitos velejadores iniciantes desistem da vela justamente por não conseguir lidar com o medo que naturalmente acontece quando iniciamos a velejar.

A minha primeira experiência com o medo que consegui superar foi na escola de vela, quando peguei o primeiro vento forte, com dez anos. Eu lembro que, na época, a primeira coisa que eu senti foi a vontade de desistir de tudo. Porém, com a ajuda dos meus técnicos, eu, aos poucos, fui conseguindo superar esse medo.

Esse tipo de medo é muito comum no início da vela. Eu entendo bem, afinal já passei por isso. Hoje, eu penso que, para um iniciante, velejar é mais ou menos como dirigir um carro sem freio e com o acelerador mudando sozinho toda hora, pois no barco não tem um freio e o vento muda de direção e intensidade a cada momento.

Eu não digo que consegui superar esse medo. Afinal, como eu já disse antes, o medo é importante. Mas, é importante dar a devida importância ao medo. Quem me ajudou a ver isso foi meu pai. Ele me explicou que quando se está com medo, é necessário pensar em dois pontos. O primeiro é verificar se as demais pessoas também estão com medo. Se não estiverem, significa que você está dando muita importância para algo não tão importante. O segundo ponto é pensar em tudo que possa acontecer de ruim e junto com os procedimentos que devem ser tomados caso aconteçam. Assim, nós “programamos” a nossa mente para agir corretamente caso ocorra alguma coisa.

Isso me ajudou muito, e hoje compartilho com vocês com a intenção de ajudar quem está passando por esse momento sem desistir. Espero que gostem e até o próximo post.”