Diário de Bordo: Velejador Reinaldo Bernardes compartilha experiência na Segunda Volta à Ilha de Florianópolis de Hobie Cat

 

Em edição especial do diário de bordo do VDS, o sócio e velejador Reinaldo Bernardes compartilha sua recente experiência participando da segunda edição da Volta à Ilha de Florianópolis de Hobie Cat, realizada entre os dias 24 e 28 de novembro. A velejada contou com a participação de nove barcos da classe HC 14 e um HC 16.

“Este evento é realizado pelo amigo Aldo Kirsten, do Espaço Vela e Mar - EMAVE de Porto Belo e faz parte de um projeto maior que é a Expedição Sem Fim, que teve início no ano passado com a realização da primeira volta a Ilha de Florianópolis e com várias outras expedições na costa de SC, PR e SP durante o ano de 2021 chegando até Cananéia em São Paulo”, conta Reinaldo.

Ao todo, o evento contou com a participação de 13 pessoas, com 11 velejadores nos veleiros da classe Hobie Cat, uma no bote de apoio e uma no apoio de terra que se deslocava em uma caminhonete com uma carreta rodoviária para os pontos de parada/pernoite levando os equipamentos de dormir do grupo.

Abaixo, confira o Diário de Bordo com o relato de Reinaldo Bernardes sobre a experiência:

Primeiro Dia (24/11) – Armação da Piedade

“Alguns participantes já pernoitaram na pousada no local, inclusive eu, os demais chegaram no início da manhã quando finalizávamos a montagem dos barcos. Com tudo pronto, saímos por volta das 10:30 com destino à Barra da Lagoa, o vento era leste fraco 6 a 8 nós, onde velejamos a maioria do tempo em um bordo direto de contravento até praia de Lagoinha das Pontas das Canas e, ao contorná-la, passamos a navegar em través. Neste momento, decidimos mudar o local de chegada para a Praia dos Ingleses, pois ficaria muito tarde para chegar na Barra da Lagoa. Pernoitamos nas barras, em cima dos HC neste dia, nossa janta foi pizza que pedimos por tele entrega”.

Segundo Dia (25/11) – Ingleses destino Pântano do Sul (31 milhas)

“Acordamos por volta das 5 horas da manhã e começamos a desmontar as barracas, preparar os barcos e após o café, por volta das 8:30, saímos com vento nordeste de 10 a 15 nós de popa em direção a Ilha do Campeche, onde fizemos uma parada. Foi uma velejada de 20 milhas tranquila com vento de popa. Ao sairmos da ilha do Campeche com destino a Pântano do Sul, o vento havia aumentado para mais de 20 nós e o nosso rumo continuava sendo popa. A velejada foi tranquila até Lagoinha do leste, onde tem duas pontas de morros que formam uma bacia, onde o vento aumentou muito com rajadas acima de 25 nós e com ondas grandes de várias direções. 5 barcos viraram. Todos voltaram a velejar sendo que um teve o fusível que segura o estai lateral quebrado e teve de ser auxiliado pelo bote de apoio. Eu estava na frente, não virei e fui o primeiro a chegar em terra onde aguardei a chegada dos demais, este foi o momento mais tenso da expedição. Nesta noite decidimos dormir em uma pousada na praia pois estávamos todos bastantes cansados e montar e desmontar as barracas demandaria muito tempo, pois a ideia era sair cedo no outro dia”.

Terceiro Dia (26/11) - Pantano do Sul destino Ribeirão da Ilha

“Acordamos cedo, fizemos uma revisão geral nos barcos e saímos por volta das 9:00 horas. Com vento nordeste de 15 a 20 nós, contornamos a ponta sul da ilha e fizemos uma parada na Praia dos Sonhos. Velejamos em contravento no trapézio até o nosso destino com tranquilidade. O HC 16 teve uma quebra do varão da barra frontal e foi rebocado pelo barco de apoio até uma guarda náutica, onde o barco ficou e seus ocupantes retornaram com o bote até Ribeirão da Ilha. Os barcos ficaram parados em frente a Pousada do Museu onde fomos bem recebidos pelos seus proprietários. Dormimos nas barracas”.

Quarto Dia (27/11) – Ribeirão da Ilha destino a Santo Antônio de Lisboa

“Saímos por volta das 9:00 com vento fraco variando de várias direções até firmar de sul, quando passamos a velejar de popa até as Pontes que ligam a ilha de Florianópolis ao continente. Logo que passamos a ponte, o vento parou e custou a firmar. Foi um trecho de muita paciência, pois levamos muito tempo parados até entrar um nordeste fraco. Chegamos no destino e montamos as barracas em frente a um bar de praia onde passamos a noite”.

Quinto Dia (28/11) – Santo Antônio de Lisboa destino Armação da Piedade

“Saímos por volta das 9:00 com vento fraco de popa passando bem perto da costa até o Pontal da Daniela, onde paramos e tomamos um banho. Ao sairmos, o vento havia mudado para norte/nordeste, onde navegamos até o nosso destino passando por ilha que tem a Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim, praia dos Golfinhos. Nosso retorno se deu por volta das 13 horas, onde comemoramos com um churrasco e depois começamos o trabalho de desmontar e colocar os barcos nas carretas para retornarmos aos nossos lares. Um grupo saiu a noite e os demais na madrugada de segunda feira.

Foram momentos de muito companheirismo, alegria e aprendizado com a turma, agradeço especialmente ao meu Amigo Aldo pelo convite e por todos que participaram desta Segunda Volta a Ilha de Floripa. Que venha mais em 2022.”