Diário de Bordo: Uma Travessia Inusitada
A bordo do veleiro Gulliver II, o Comandante Carlo de Leo e a tripulação composta pelos amigos Gustavo Cestari, Marcelo Barth e Fabiano Benedetti partiu no dia 25 de dezembro para uma travessia entre Rio Grande e Florianópolis.
Nesta edição especial do Diário de Bordo, Carlo De Leo destaca em seu relato os detalhes da terceira subida na costa com o barco.
Confira!
Uma Travessia Inusitada
Comandante Carlo De Leo
O Gulliver, em sua terceira subida da costa, foi primeiramente a Rio Grande comigo e meu filho Marco no sábado, dia 17/12. Deixei o barco no Rio Grande Yacht Club (RGYC), que como sempre, nos recebeu muito bem. Voltamos a Porto Alegre em seguida, e retornei ao Gulliver com os amigos Gustavo Cestari, Fabiano Benedetti e Marcelo Barth para aproveitarmos a navegada à Florianópolis.
A previsão do tempo não se confirmou como alguns dias antes era antecipada, o bom vento sul foi enfraquecendo a cada atualização, porém, a viagem já estava engatilhada e assim seguimos. Não contávamos que o abastecimento marítimo de Rio Grande estivesse sem serviço, mas como era Natal, tudo estava fechado, inclusive supermercados e restaurantes.
Foto: Fabiano Benedetti
Compramos o essencial em um mercadinho que nos indicaram e assim partimos dia 25/12 a tarde, com provisões de seis sobrecoxas de frango para cada, 155 litros de diesel e mais bons e variados acompanhamentos, contando com a pesca de mais proteína e de algum vento para completar as poucas milhas que o combustível não nos garantiria, para ancorarmos na Barra de RG.
Foto: Fabiano Benedetti
O vento sul fraco entrou às 5 horas do dia seguinte e varamos a barra às 6 horas da manhã, velas e motor todo o dia com boa corrente favorável, mas pouco vento, condição esta que prevaleceu quase todo o traslado, variando um pouco a direção do ventinho. Como sabíamos que estava previsto a entrada de um vento norte para os lados do Santa Marta, e não teríamos ventos fortes antes disso, decidimos costear nosso litoral em busca de melhor ângulo para navegar contra este ‘nortezinho’.
Foto: Fabiano Benedetti
A previsão de curto prazo acertou tudo, e passando pelas nossas praias tivemos muita distração em acompanhar todos os amigos nos presentear com boas fotos da nossa passagem. Ao final deste segundo dia no mar, após deixarmos Torres para trás, nos afastamos um pouquinho para evitarmos redes de pesca e tocamos para o Cabo de Santa Marta, conseguindo fisgar os primeiros peixes! Anchovas que foram assadas para janta.
Ao amanhecer, sempre tentando economizar combustível, ainda pegamos dois Bonitos, espécie de atum, que nos renderam mais uma janta de sashimis e temakis com o vinho da casa!
Foto: Fabiano Benedetti
Mas muito antes disso, no mesmo dia, ainda tivemos que resolver a pane seca que tivemos ao largo da Praia do Rosa, pois o vento nunca chegou firme e o pescador do tanque de combustível deixou de captar 20 litros que ainda nos restavam. Seguimos à vela pra Garopaba, onde nos esperavam os amigos Darlei Worm e Vitor Lengler do veleiro Trace Winds, em seu rancho à beira-mar. Ancoramos quase em frente e desembarcamos cambaleantes para um oásis com chopeiras geladas! Estas sim, repletas e inesgotáveis, com almoço e tudo. Após reabastecimento, seguimos com o convidado Darlei a bordo até o Iate Clube de Santa Catarina sede Veleiros da Olha, chegando às 19 horas.
Foto: David Castro
Essa foi nossa inesperada navegada até aqui. Sempre é maravilhoso contar com a ajuda e parceria dos amigos a bordo e em terra, obrigado a todos!