Tradição marinheira trouxe Netuno ao VDS para o batizado de barcos
O Veleiros do Sul recebeu neste sábado a visita do soberano dos mares e de todas águas para a realização do batismo de quatro barcos no deck do Clube. Rondava grande expectativa sobre sua presença, até o momento que o Soberano adentrou na marina num bote, claro, porque Netuno (Habiaga) não viria de Uber, por volta do meio-dia.
Talvez ele tenha se surpreendido com a festa que lhe aguardava. A banda de pagode Chocolate Branco, já animava o ambiente com grande presença de membros da flotilha de Oceano do VDS, familiares e amigos, quando do seu desembarque. Com o seu tridente na mão já impôs sua autoridade sobre os indefesos comandantes, que sabem depender de sua proteção pelos mares. O Comodoro Cícero Hartmann deu às boas-vindas e com sua chegada deu por aberto a cerimônia festiva.
Clique na foto para ver o álbum
Ele seu reuniu com os comandantes dos barcos Wind 43, Oceanics, Argos e Huka Huka para manifestar algumas recomendações que devem ser obedecidas fielmente, entre os quais respeitar o mar, a natureza e ser solidário com os navegadores. Ele desejou boas singraduras sempre com “um palmo de água abaixou da quilha e estrelas a barlavento”. Em seguida foi inspecionar os barcos e dar sua benção. Isso é necessário porque se algum barco ao navegar pelos mares não tiver seu nome reconhecido por Netuno sofrerá duras penas pela sua ousadia.
O primeiro a ser batizado foi o Wind 43, da comandante Damiana da Rocha Vianna, que seguiu todo o rito. Fez um juramento pelo seus antepassados portugueses e navegadores e atirou uma pedra no fundo d’água com o nome do barco, depois bateu a garrafa de champanhe na proa, sendo então abençoada por Netuno. O segundo foi o Oceanics, do comandante Francesco Colombo, que já vinha navegando há tempos, mas sabia que estava em dívida com o Netuno. O seguinte foi o Argos, do comandante Olavo Torres, que, acompanhado de sua esposa e filhos, precisou jogar na água os antigos nomes do barco (Champagne e Ilhabela) para Netuno reconhecer o atual. E por fim o Huka Huka, do comandante Paulo César Gonçalves, o Pileca, que teve ajuda para derramar o espumante da esposa Sônia e do pai, Paulo Sérgio Gonçalves, o Pilecão, de 92 anos.
Findo os rituais de batismo, Netuno ainda passeou pelo deck, sendo muito assediado pelos presentes para fotos. Mas devido aos seus compromissos pelos mares não pode permanecer no evento que se estendeu por toda tarde com choripán assado no tonel ao lado do deck e 150 litros de chope. A vela vive em toda dimensão humana, inclusive na mitologia.