Com raias cheias, Copa Suzuki Jimny se consolida com um dos principais eventos de oceano do País

Fonte: ZDL

Competição obrigatória no calendário nacional de vela oceânica, a Copa Suzuki Jimny encerra a temporada de 2012 com média de 40 barcos por etapa nas raias do Yacht Club de Ilhabela (YCI). As últimas provas foram disputadas neste domingo (2) e definiram os campeões em todas as categorias. Nas quatro datas durante o ano, tripulações das classes HPE, C30, ORC e RGS (A,B,C e Cruiser) fizeram regatas técnicas no litoral norte paulista, sendo impossível apontar previamente o vencedor. Prova disso é que cada vez mais as equipes investem em atletas treinados e em equipamentos. Quem ganha é a modalidade, uma das mais vitoriosas do esporte brasileiro. O circuito contou com nomes de peso da vela como Bruno Prada, Maurício Santa Cruz, Ernesto Breda, Marcelo Massa, André ´Bochecha’ Fonseca, Alexandre Paradeda entre outros destaques.

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"O campeonato seguiu a tradição de muito equilíbrio e regatas disputadas. Reunir 40 veleiros de diferentes classes num mesmo evento é sempre um desafio, mas mostra nossa capacidade de organização e importância do evento. Algumas categorias se consolidaram e ampliaram números de embarcações na água como HPE e C30. A RGS também pode ser apontada como equilibrada e com duelos interessantes em todas as subdivisões", explicou Carlos Eduardo Souza e Silva, o Kalu, diretor de vela do Yacht Club de Ilhabela. O sucesso será repetido em 2013. Os patrocinadores Suzuki Veículos e SER Glass continuarão no ano que vem apoiando a vela oceânica. A primeira etapa está marcada para 13 de abril no Yacht Club de Ilhabela.

E a maioria dos campeões só foi apontada após as regatas deste domingo. O lugar mais alto do pódio na HPE ficou com o Ginga (Breno Chvaicer), pela terceira temporada seguida. Na C30, que estreou no calendário da Copa Suzuki Jimny, o TNT Loyal (Marcelo Massa) ficou com o ouro. Entre as categorias que precisam de rating, como a ORC, o melhor desempenho foi do Touché (Ernesto Breda), que fez sua última apresentação em águas brasileiras. Na RGS A, o Fram (Felipe Aidar) foi bicampeão. Na B, o Nomad (Mauro Dottori) saiu vencedor após quatro etapas e na Cruiser, o melhor do ano foi o Hélios II - Hospital Sírio Libanês (Marcos Lobo). A subdivisão com maior equilíbrio na temporada foi a C. O título ficou com o Rainha (Leonardo Pacheco).

As regatas deste domingo foram disputadas no Canal de São Sebastião com ventos variando de 12 a 15 nós com temperatura na casa dos 30 graus. No final da tarde, na sede do Yacht Club de Ilhabela, foi realizada a premiação dos vencedores da quarta etapa e os campeões da temporada.

Tri na HPE - Classe com maior equilíbrio da raia, a HPE mostrou, mais uma vez, que pode reunir vários ídolos na modalidade correndo em oceano. Em praticamente todas as etapas, as regatas foram decididas após o contorno da última boia. Porém, se deu bem quem mais treinou. Pela terceira vez, o Ginga (Breno Chvaicer) saiu com a vitória na temporada. "O título pode ser traduzido pelo empenho da garotada, que veleja e treina muito em Ilhabela. Conseguimos uma recuperação impressionante na reta final, já que nas primeiras etapas não mantivemos o melhor nível. A partir da terceira, quando entrou o vento forte, subimos na tabela", adiantou Breno Chvaicer, comandante do tricampeão Ginga. "Os adversários estão cada vez mais fortes e, para tentar o tetra, não podemos vacilar". A tripulação do Ginga é completada por Vicente Monteiro, Eduardo Mateus e Juan de La Fuente.

Nas últimas regatas, a turma do Ginga não deixou os adversários se aproximarem. O SER Glass Eternity (Marcelo Bellotti) tinha apenas um ponto atrás, mas os campeões venceram a maioria das provas da quarta etapa. Os vice-campeões também comemoram a medalha de prata em Ilhabela. "Velejamos bem porque temos raça. Treinamos pouco antes das etapas e isso sempre faz a diferença. Um exemplo é o Ginga, que investe em treinamento. Eles ganharam a categoria pela terceira vez seguida sem nenhum ‘figurão’ da vela’, explicou Marcelo Bellotti, comandante do SER Glass Eternity, vice-campeão da categoria. "No HPE hoje é assim: o treino supera o talento. O nível de vela da categoria é praticamente o mesmo e as regatas são decididas no detalhe," completou.

A medalha de bronze da temporada de 30 regatas na classe HPE ficou com o Jimny Take Ashauer (Cássio Ashauer).

Vitória na C30 - Na primeira temporada cheia dos C30 no País, o TNT Loyal (Marcelo Massa) saiu com o título. A equipe se recuperou na tabela, já que não participou da primeira etapa. Prêmio para o investimento e dedicação do time. "A tripulação faz a grande diferença, tivemos apoio de ícones da modalidade como André ‘Bochecha’ Fonseca e Alexandre Paradeda. Eles somaram em qualidade junto com a turma da ilha. Posso dizer que nosso time se dedicou mais do que os outros correndo todos os campeonatos possíveis e o resultado apareceu", lembrou Marcelo Massa". "As regatas estão cada vez mais interessantes e, com a chegada de novos barcos na raia, a tendência é de equilíbrio. A C30 é uma realidade na vela oceânica nacional".

Em segundo lugar na temporada de 22 regatas ficou o Barracuda (Humberto Diniz) e em terceiro o +Realizado (José Apud).

A despedida de um campeão - O Touché fez sua última velejada competitiva no Brasil na Copa Suzuki Jimny. O título da temporada encerra a história de sucesso do barco, que detém vários títulos na vela de oceano na ORC, como a Rolex Ilhabela Sailing Week e Circuito Rio. O barco vermelho, que dominou o cenário da categoria nas principais competições da modalidade, será vendido em 2013 após o Mundial de Ancona, na Itália, em junho..

Ernesto Breda, que parte para a Itália navegando em fevereiro, elogia a organização da Copa Suzuki Jimny e ressalta que o evento faz parte da história do Touché. "Foi um grande campeonato , um dos melhores que corremos, com todos juntos na classificação geral da ORC. Foi bom demais".

A embarcação, um Botin & Carkeek de 46 pés, fecha o seu ciclo com três títulos do Circuito Rio, três Campeonatos Brasileiros, três edições da Rolex Ilhabela Sailing Week e outras conquistas em Florianópolis, Búzios e Buenos Aires/Punta Del Leste. "Foi o melhor barco que já velejei. É um veleiro muito bem construído, tudo bem calculado e medido. Parece ter alma o Touché", frisou Ernesto Breda. "O mais simbólico foi encerrar na Ilhabela. Sempre tive muito orgulho de representar o Yacht Club de Ilhabela. Nessa raia tivemos grandes velejadas, adversários e aprendemos muito".

A prata da Copa Suzuki na ORC ficou com o Orson/Mapdre (Carlos Eduardo Souza e Silva) e o bronze para o Tembó Guaçu (André Omatti). Na ORC 700, que reúne barcos menores, o título ficou com o Sextante (Thomas Shaw) e o segundo lugar para o Mashallah (Guillermo Henderson Larrobla).

RGS - Na categoria com maior número de barcos da flotilha, muito equilíbrio em Ilhabela. A categoria, que é subdividida em quatro, provou que o investimento nas tripulações e em barcos fez a diferença em 2012. Na A, o Fram (Felipe Aidar) foi o bicampeão. "Andamos mais rápido após trocar a vela mestra e uma regulagem de mastro. Tudo isso somado a melhora da tripulação, que cada vez mais veleja junta. Velejamos em média 0.4 nós de ventos mais rápido com as mudanças. O campeonato foi equilibrado com adversários como Jazz, Maria Preta e Monte Cristo SER Glass", adiantou Felipe Aidar. "A tendência é que o evento fique cada vez mais forte com o investimento das tripulações da RGS A. O segredo é treinar mais, treinar sem parar".

A prata na RGS A ficou com o Jazz (Valéria Ravanni) e o bronze para BL3 Wind Náutica (Clauberto Andrade).

Na B, o Nomad (Mauro Dottori) conquistou o título da Copa Suzuki Jimny, não dando chances para o Asbar II (Sérgio Keplacz) e Anequim (Fernando de Moura), que ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente. Na subdivisão C, o campeão foi conhecido após a última regata. Com chances de título, Rainha Mix Saúde (Leonardo Pacheco), Ariel (Luis Pimenta) e Ydypy (Marco Aleixo) fizeram uma prova bastante equilibrada neste domingo. Melhor para o Rainha Mix Saúde (Leonardo Pacheco), que faturou o título.

Depois de dominar o cenário da RGS Cruiser, o Hélios II - Hospital Sírio Libanês irá mudar de classe. Os bicampeões da Copa Suzuki Jimny irão medir o barco, um Delta 32, na subdivisão B. "Agora vamos correr numa classe ainda mais competitiva. Certamente iremos encontrar adversários mais treinados, mas é um passo necessário na nossa evolução. Nosso modelo leva vantagem na Cruiser, diferentemente da B. Vamos estar na raia com embarcações mais rápidas e maiores do que a nossa", revelou Marcos Lobo.

O desempenho do Hélios II - Hospital Sírio Libanês foi quase perfeito. A equipe venceu quase todas as regatas da temporada da Copa Suzuki Jimny. Cocoon (Marcelo Caggiano) foi o segundo e o Pirajá (Rubens Bueno) foi o terceiro.

A Copa Suzuki Jimny / XII Circuito Ilhabela de Vela Oceânica teve quatro etapas durante o ano: marco, junho, setembro e nos últimos dois finais de semana. A competição foi organizada pelo Yacht Club de Ilhabela, com patrocínio máster da Suzuki Veículos e co-patrocíno da SER Glass. Os apoiadores foram a Prefeitura Municipal de Ilhabela, Brancante Seguros, Ancoradouro e Delegacia da Capitania dos Portos em São Sebastião.