Scheidt e Prada reconhecem favoritismo ao ouro, mas podem deixar vela olímpica após Londres'2012

Fonte: Sobre as águas

Robert Scheidt e Bruno Prada tiveram uma campanha quase perfeita este ano, foram 10 vitórias em 12 competições disputadas (sete delas por antecipação). Hoje cedo, fui conversar com a dupla no Yacht Clube Santo Amaro, às margens da represa Guarapiranga. Quem já passou por lá num dia de sol (e acho que muita gente que lê esse blog já fez isso) sabe como o lugar é especial. "Nem parece São Paulo" resume bem o que eu quero dizer.

 

"Pra ser sincero, já foram tantas as vezes em que eu cheguei em competição como favorito, que isso não me traz pressão a mais nenhuma", confessou Robert Scheidt. "É muito bacana, mas isso também não nos garante nada", completou o parceiro Bruno Prada.

Os brasileiros são líderes do ranking mundial há quase um ano e meio, venceram as duas competições que disputaram na raia olímpica (Weymouth, 250 km ao sul de Londres) e deixaram os ingleses, que foram o bicho-papão de 2010, chupando o dedo. Iain Percy e Andy Simpson venceram quase tudo no ano passado, mas amargaram duas derrotas em casa (eles estão morando em Weymouth para treinar) justamente para os brasileiros.

Fim da carreira olímpica?

"Meu sonho é ver essa decisão revertida, mas sem a Star no Rio 2016, já fica muito mais difícil voltar para a Laser ou ir para a Finn, que são muito mais exigentes fisicamente". Robert Scheidt diz que não quer gastar energia agora pensando em qual classe vai seguir após a Olimpíada de Londres, mas ele não esconde uma grande esperança em ver a Star de volta, o que vai depender, entre outras coisas, da eleição de um novo presidente da federação internacional de vela, a Isaf.

Bruno Prada confessou que Londres pode ser o final de sua carreira olímpica. "Uma campanha de quatro anos como a nossa custa algo em torno de um milhão de euros. Sem ter certeza se vai ter Star no Rio, fica difícil de alguém ter segurança para inverstir. Felizmente nossos patrocinadores já confirmaram que ficam conosco até 2016, aconteça o que acontecer". E ele confessa: "Pode ser que viremos técnicos". Seria o fim prematuro da dupla de maior sucesso da vela brasileira desde o surgimento da parceria entre Torben Grael e Marcelo Ferreira, há mais de 20 anos.