BSS lidera HPE25, com Atrevido na segunda posição. Na S40 o Crioula (Samuel Albrecht - VDS) está na 5º posição. Regatas seguem nesta quinta-feira
Por Flávio Perez (ZDL – SP)
lhabela (SP) - A quarta-feira foi produtiva para os participantes da Rolex Ilhabela Sailing Week. Os ventos voltaram a soprar no litoral norte paulista e os argentinos do Patagonia aproveitaram para assumir a liderança da classe S40, após três regatas realizadas no Canal de São Sebastião, no Litoral Norte do Estado. Para esta quinta-feira estão previstas novas disputas a partir do meio-dia.
"As regatas foram muito proveitosas. O vento aumentou gradativamente e o mais importante é que toda tripulação teve calma nos momentos mais difíceis. Todos fizeram um trabalho excelente", contou o comandante Norberto Alvarez. "Fomos bem nas três regatas, mas a última foi especial, já que não largamos bem e conseguimos uma ótima recuperação".
A boa média do Patagonia nesta quarta-feira, com uma vitória, um segundo e um quarto lugares, garantiu uma liderança folgada com 9 pontos perdidos, oito a mais do que os chilenos do Pisco Sour (Guillermo Parada) e Mitsubihsi / Acuario II (Horácio Pavez), ambos com 17 pontos, em segundo e terceiro lugares, respectivamente. O Mitsubishi / Gol, de Torben Grael, recuperou-se da péssima estreia, quando ficou em décimo, e subiu para a quarta colocação.
"O dia foi bom, mas nada fácil porque a flotilha do S40 é muito aguerrida. Sofremos penalidade na primeira e na última regatas, mas fizemos boas escolhas e os resultados vieram. Os chilenos estão fortes e treinaram bastante, além de contar com bons reforços de velejadores argentinos", disse o bicampeão olímpico da classe Star, Torben Grael, que neste ano é o tático da equipe conduzida pelo seu filho Marco, de 21 anos.
"Ele está indo bem. É difícil para ele comandar o barco pela falta de experiência, mas no geral está dando conta do recado. Evidentemente que cobro muito dele", concluiu.
Líder da HPE25, Christiansen busca tetracampeonato - Líder da classe HPE25, o BSS conta com um comandante experiente em Ilhabela. Marcelo Christiansen é o único tricampeão da classe na maior competição náutica da América Latina.
"Largamos bem nas três regatas. A disputa está concorrida pela quantidade de veleiros, mas isso dificulta todo mundo. O mais importante é manter a estratégia, para lá na frente chegarmos com condições de título", contou Marcelo, que tem um concorrente de peso na raia: Robert Scheidt, bicampeão olímpico na classe Laser, segundo colocado no Atrevido.
"É importante competir com atletas como o Scheidt. Mas ele não está acostumado a correr de HPE25 e deve sentir dificuldade", explicou Marcelo. Robert Scheidt ainda está em fase de adaptação na classe e credita seu conhecimento em Ilhabela para estar em condições de lutar pelo título.
"Na regata longa do domingo prevaleceu o meu conhecimento maior da raia de Ilhabela, onde treino há vários anos. Nesta quarta valeu largar bem nas duas primeiras regatas. Na terceira ficou muito difícil, pois o vento zerou e o resultado não foi o lógico. A flotilha é muito forte e você precisavelejar muito bem para chegar em quarto ou quinto. Fizemos uma boa média, bem satisfatória, por ser meu segundo dia na HPE25", explicou Scheidt.
Ele elogiou o desempenho das meninas do Atik, destaque do dia com seis pontos perdidos (2+3+1). "Com certeza elas eram as mais rápidas da raia". Martine Grael, comandante do Atik, contou o segredo dos bons resultados.
"A equipe acordou animada e feliz. E isso fez toda a diferença. Nossas largadas não foram boas, mas depois nos recuperamos e tudo deu certo. Acredito que mesmo estando entre as primeiras só seremos marcadas no final", acrescentou a líder do time que representará o Brasil nos Jogos Mundiais Militares, na segunda quinzena deste mês, no Rio de Janeiro.
Touché Super segue 100% na ORC 500 - O Touché Super, do comandante Ernesto Breda, venceu as três regatas do dia na ORC 500 e segue com 100% de aproveitamento. O Matrero (Toríbio de Achaval) encabeça a ORC 600, o Kiron (Leonardo Guilhermo) lidera a ORC 650 e o Rajada (Márcio Finamore) continua na ponta da ORC 700.
"Fomos bem apesar das dificuldades, principalmente pela qualidade dos oponentes. As condições estavam boas e travamos boas disputas, principalmente com o Humildad Zero. A tripulação está de parabéns e precisamos manter este ritmo até o final para conquistarmos outro título", afirmou Ernesto Breda, líder do Touché, atual campeão da Rolex Ilhabela Sailing Week na ORC 500.
Veleiros da RGS disputam regata de médio percurso - As classes RGS A, B, C e Cruiser disputaram uma regata de médio percurso de 17 milhas náuticas (31,4 quilômetros). O Jazz, de Valéria Ravani ficou em primeiro na RGS-A e o Saravah, de Pierre Joullié, lidera a classe na classificação geral. Na B, o BL3-Dominic, comandado por Clauberto Andrade, foi o vencedor, mas o Anequim (Paulo Fernando de Moura) ocupa a liderança. O Xiliki, de Renato Bosso, ganhou na classe RGS-C e é o primeiro colocado. O Apoena, de Marcos de Oliveira César, foi o melhor entre os participantes da RGS-Cruiser e comanda a classe.
Resultados
S40 - 4 regatas
1º - Patagonia (ARG-Norberto Alvarez) - 9 pontos perdidos (2+1+2+4)
2º - Mitsubihsi / Acuario II (CHI-Horacio Pavez) - 17 (4+3+1+9)
3º - Pisco Sour (CHI-Guillermo Parada) - 17 (1+5+9+2)
4o - Mitsubishi / Gol (Marco Grael) - 18 (10+2+5+1)
5o - Crioula (Samuel Albrecht - VDS) - 21 (6+6+4+5)
6º - Pajero (Gonzalo Campero) - 23 (3+7+7+6)
HPE25 - 4 regatas
1º - BSS (Marcelo Christiansen) - 17 (4+5+1+7)
2º - Atrevido (Fábio Bocciarelli) - 19 (1+8+4+6)
3º - Bond Girl (Rique Wanderley) - 21 (3+3+5+10)
4o - Atik (Martine Grael) - 24 (18 + 2+3+1)
5o - Oakley/Max (Anderson Biason) - 26 (7+4+7+8)
ORC 500 4 regatas
1º - Touché (Ernesto Breda) - 4 (1+1+1+1)
2º - J Cabot Gaucho (ARG-Carlos Belchor) - 13 (2+3+3+5)
3º - Marujo’s Bomix (Gerald Hamilton Wicks Junior) - 13 (4+4+2+3)
ORC 600 - 4 regatas
1º - Matrero (Toríbio de Achaval) - 15 (4+5+4+2)
2º - Absoluto (Renato Gama Monteiro) - 16 (5+7+1+3)
3º - Mad Max (ARG-Julian Somodi) - 18 (2+9+3+4)
ORC 650 - 4 regatas
1º - Kíron (Leonardo Guillermo Cal) - 8 (3+2+1+2)
2º - San Chico 2 (Francisco Freitas) - 11 (1+3+3+4)
3º - Katana / Energia (Fábio Filippon) - 13 (2+8+2+1)
ORC 700 - 4 regatas
1º - Rajada (Márcio Finamore) - 10 (1+1+7+1)
2º - Alegria (Carlos Alberto Gallo Ramalho) - 10 (3+3+1+3)
3º - Angra (Escola Naval) - 13 (4+2+2+5)
RGS-A - 2 regatas
1º - Saravah (Pierre Joullié) - 4 (1+3)
2º - Jylic-II (Martin Bonato) - 6 (2+4)
3º - Jazz (Valéria Ravani) - 17 (16+1)
RGS-B - 2 regatas
1º - Anequim (Paulo de Moura) - 7 (1+6)
2º - Borimbora (Ricardo Lebreiro) - 8 (3+5)
3º - Phantom of the Opera (Renato Avelar) - 13 (2+11)
RGS-C - 2 regatas
1º - Xiliki (Renato Bosso) - 2 (1+1)
2º - Khamsin (Fábio Simas Jr.) - 4 (2+2)
3º - Ariel (Luis Henrique Pimenta) - 7 (4+3)
RGS-Cruiser - 2 regatas
1º - Apoena (Marcos de Oliveira César) - 16 (15+1)
2º - Cocoon (Luiz Marcelo Caggiano) - 17 (15+2)
3º - Geronimo (André Diomelli) - 18 (15+3)
O principal evento náutico esportivo da América Latina reúne até o dia 9 deste mês 152 barcos do Brasil, Argentina, Chile e Catar. O evento tem patrocínio titular da Rolex e patrocínios ouro da Mitsubishi Motors e da Semp Toshiba e prata do Bradesco Private.
O evento tem apoios da Marinha do Brasil, da Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM), das Classes ORC, S40, HPE25 e BRA-RGS, e parcerias do Yacht Club Argentino(YCA), da Prefeitura Municipal de Ilhabela(PMI) e da Brancante Seguros. A organização, sede e a realização são do Yacht Club de Ilhabela.