Robert Scheidt é um atleta amador no mais puro conceito da expressão. Ele simplesmente ama velejar. Por isso, aos 43 anos, o bicampeão olímpico vai se aventurar por novos mares. Após o quarto lugar nos Jogos do Rio de Janeiro, ele afastou a possibilidade de aposentadoria e agora se prepara para encarar o desafio da classe 49er, um barco maior, mais veloz e com estratégias diferentes das classes Star e Laser, que o consagraram no mundo do iatismo. A ideia desse recomeço na carreira surgiu a partir do convite de Gabriel Borges. A estreia da nova dupla está marcada para a etapa de Miami da Copa do Mundo, de 22 a 29 de janeiro.
"Muita gente me perguntou por que continuar velejando. A verdade é que eu adoro. Gosto de velejar, de ter um desafio na vida, um objetivo pelo qual lutar. Sempre quero melhorar, conhecer mais a vela, isso me motiva", afirma o maior medalhista do Brasil em Jogos Olímpicos, com cinco pódios. O desafio abre a possibilidade de um novo ciclo olímpico até os Jogos de Tóquio. "Sempre imaginei que a Rio/2016 fosse a minha última. Semanas depois, eu estava sem definição do que iria fazer. Então o Gabriel me ligou perguntando se eu gostaria de testar o 49er. E pensei: "Por que não tentar uma categoria nova? Ainda tenho lenha para queimar e uma nova categoria é uma nova motivação. Vamos em frente e deixar as coisas acontecerem até decidirmos se essa empreitada pode se transformar em ciclo olímpico."
O recomeço no iatismo é encarado com tranquilidade. "Vejo o 49er como um barco interessante e ideia é velejar sem compromisso nenhum. Por enquanto, quero aproveitar o privilégio de fazer o que gosto, sem ambição de ser medalhista olímpico de novo. Até porque tenho uma montanha enorme na minha frente. Não tenho background nesse barco. E você toma muita surra no início. Mas estou gostando e o Gabriel é um excelente proeiro (ele fez dupla com Marco Grael no Rio-2016 e terminou em 11º lugar). O tempo vai mostrar até que nível podemos chegar e o próximo ano é decisivo", afirma Robert, patrocinado pelo Banco do Brasil e Rolex, com os apoios de COB e CBVela.
Sem descanso - Os treinos na nova categoria começaram cerca de um mês após a Rio 2016, na Itália, mais especificamente no Lago di Garda, onde Robert mora com a família. A rotina tem sido exigido muito esforço físico. "As exigências na 49er são diferentes em relação às minhas experiências anteriores. Na Laser, por exemplo, o trabalho é de resistência e alguma força. Agora, as pernas são muito exigidas, pois só se veleja em pé. É preciso velocidade para cruzar o barco. Você apanha muito no começo, mas estou gostando", conta Robert, que convive com tombos, arranhões e apresenta os joelhos constantemente ‘ralados’.
Após a estreia em Miami, a nova dupla pretende participar da Copa Brasil, em Porto Alegre, e, a partir de abril, investir mais tempo em treinamento, desta vez na Europa. Em 2016, porém, Robert voltou a competir após a Rio/2016. Conquistou a medalha de bronze na Star Sailors League (SSL), em Nassau, nas Bahamas, em dezembro. Em seu retorno à classe Star, após dois anos dedicados ao ciclo olímpico na Laser, velejou ao lado Henry Boenning, o Maguila, e subiu ao pódio em uma competição que reuniu os melhores do mundo.
Além da 49er, Scheidt recebeu propostas para navegar em barcos da vela oceânica, para trabalhar como técnico e também cogitou investir na classe Nacra 17, que é mista. Nesse caso, poderia velejar com a esposa, Gintare. Mas ela é da Lituânia, o que significa que não poderiam competir juntos em uma Olimpíada. Com isso, ela não trocara a Laser por um catamarã. "Tem toda a questão do patriotismo. Acho que se ela fizer outra campanha olímpica, faria mais uma de Laser, pois é jovem, tem apenas 34 anos", explica Scheidt. Ele encerrou os treinos de 49er no Rio de Janeiro no dia 22 de dezembro e voltou para a Itália para os festejos de final de ano com a família.
Maior atleta olímpico brasileiro
Cinco medalhas:
Ouro : Atlanta/96 e Atenas/2004 (ambas na classe Laser)
Prata : Sidney/2000 (Laser) e Pequim/2008 (Star)
Bronze : Londres/2012 (Star)
176 títulos - 86 internacionais e 90 nacionais, incluindo a Semana Internacional do Rio, o Campeonato Brasileiro de Laser e a etapa de Miami da Copa do Mundo, todos neste ano.
Laser
Onze títulos mundiais - 1991 (juvenil), 1995, 1996, 1997, 2000, 2001, 2002*, 2004 e 2005 e 2013
*Em 2002, foram realizados, separadamente, o Mundial de Vela da Isaf e o Mundial de Laser, ambos vencidos por Robert Scheidt
Três medalhas olímpicas - ouro em Atlanta/1996 e Atenas/2004, prata em Sydney/2000
Star
Três títulos mundiais - 2007, 2011 e 2012*
*Além de Scheidt e Bruno Prada, só os italianos Agostino Straulino e Nicolo Rode venceram três mundiais velejando juntos, na história da classe
Duas medalhas olímpicas - prata em Pequim/2008 e bronze em Londres/2012
Fonte: SafeWeb
A TECNOLOGIA EM PROL DO MEIO AMBIENTE
O Arroio Dilúvio, que nasce em Viamão e corta Porto Alegre, sofre muito com o acúmulo de lixo em seu percurso até o Guaíba. Apenas em 2014 foram retiradas 200 toneladas de materiais como pneus, garrafas pets, sacolas plásticas e até mesmo sofás. Não é preciso ser um especialista para saber o quanto isso é prejudicial para o meio ambiente. Foi pensando em reduzir este impacto que a Ecobarreira Arroio Dilúvio Safeweb foi concebida.
A ideia da construção de uma barreira ecológica em Porto Alegre veio depois do vice-presidente da Safeweb, Luiz Carlos Zancanella Junior, assistir um vídeo do YouTube de um projeto similar, em Baltimore, nos Estados Unidos, em 2014.
A Safeweb é uma empresa de tecnologia que, desde a sua fundação, tem uma preocupação com o meio ambiente e uma forte ligação com Porto Alegre e com o Rio Grande do Sul. Esses fatores, somados com a criatividade e a vontade de colaborar com o crescimento sustentável da cidade em que está sediada, fizeram com que a Ecobarreira saísse do papel.
Com a colaboração do professor Gino Gehling, engenheiro ambiental responsável pelo funcionamento da barreira, a ideia foi levada à prefeitura de Porto Alegre, que aprovou o projeto juntamente com o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) e do Departamento de Esgotos Pluviais (DEP).
Assim, a Ecobarreira Arroio Dilúvio Safeweb começou a ser construída no dia 26 de janeiro de 2016 e iniciou a operar em 28 de março do mesmo ano — sem nenhum gasto para os cofres públicos. A Safeweb pagou, sozinha, o custo para implementação da Ecobarreira, de R$ 250 mil. A empresa também é responsável por arcar com R$ 25 mil todos os meses, referentes à manutenção.
Mas como funciona a Ecobarreira?
A obra consiste em uma barreira ecológica composta por ilhas flutuantes, que ajudam na limpeza da água, e uma espécie de grade, que irá conter resíduos sólidos até 20 centímetros de profundidade. Depois de coletado, o lixo é recolhido pelo DMLU, que faz o descarte do mesmo no aterro sanitário, como todo esses resíduos recolhidos são poluídos, não podem ser reciclados.
Após sete meses operando, a Ecobarreira Arroio Dilúvio Safeweb já ultrapassou a marca de 100 toneladas de lixo flutuante recolhido. A média é de cerca de 350 quilos recolhidos semanalmente pela barreira. Devido aos resultados, a iniciativa recebeu alguns prêmios como o de Boas Ideias em Sustentabilidade da Virada Sustentável, o prêmio SINEPE/RS 2016 na categoria Responsabilidade Social e Destaque Ideias para Cidade na categoria Inovação da Unisinos.
Apesar do reconhecimento, a Safeweb entende que o ideal é que a Ecobarreira deixe de existir um dia. Porém, isso só será possível com a conscientização e colaboração da população — a quem mais prejudica a atual situação do Arroio Dilúvio.
Assim, com o intuito de alertar e engajar a população para esta causa, e tentar amenizar o impacto ambiental causado por todo esse volume de lixo o retirado. Criamos um financiamento coletivo através do site de crowdfunding Kickante com o objetivo de arrecadar 300 mil reais para adquirir um triturador para a Ecobarreira, com esse ele vai ser possível diminuir o volume que esse lixo descartado ocupa no aterro sanitário.
COLABORE COM A ECOBARREIRA! www.kickante.com.br/ecobarreira
Fonte: PalavraCom
Anunciada ao público durante o último São Paulo Boat Show, no início de outubro, o novo barco da Schaefer Yachts – Schaefer 510 – teve seus primeiros testes na última segunda-feira (26.12), ocasião na qual passou com louvor em todas as avaliações. “Tivemos ótima resposta do barco, que atingiu velocidade máxima de 32 nós com dois motores IPS 600”, afirma Márcio Schaefer, presidente do estaleiro.
A Schaefer 510 chega para completar a gama das lanchas do estaleiro na faixa entre 50 e 60 pés. A primeira unidade será entregue nos próximos dias a um cliente que considerou ideais as soluções e inovações do produto - único neste perfil, principalmente pelo aproveitamento de espaço e navegabilidade.
Com acabamento de alto padrão, seu design acompanha a modernidade comum aos barcos da Schaefer Yachts, com destaque para a suíte a meia-nau, clássico recurso da empresa. Neste barco os clientes têm três opções de layout, incluindo a possibilidade de três suítes. “Sentimos que há uma fatia do mercado das 50 pés que carece de variedade e opções. Este modelo vem suprir isso, com a vantagem de possuir diferenciais encontrados apenas em embarcações de maior porte”, explica Márcio Schaefer, presidente e designer do estaleiro.
Características técnicas
Comprimento total (com plataforma): 15,46 m
Boca máxima: 4,32 m
Calado: 1,18 m
Motorização: 2 x IPS 600 ou 2 x IPS 700
Capacidade de água doce: 600 l
Capacidade de combustível: 1.600 l
Deslocamento leve aprox.: 17,5 ton
Designer: Marcio Schaefer
A Velejada Natalina 2016 da Flotilha Gaúcha de Hobie Cat ocorreu no último sábado, 24/15 e como já é de praxe coloriu e levou felicidade e presentes a crianças carentes na Praia da Alegria em Guaíba. A flotilha reuniu os presentes e saiu do Clube dos Jangadeiros. A ação contou com a presença do vice-comodoro de Patrimônio do Veleiros do Sul André Huyer.
Fonte: CBVela
O futuro da vela brasileira começa a sair do papel e entrar na água. Com 14 jovens velejadores, a delegação do país disputa o Mundial da Juventude, em Auckland, na Nova Zelândia, em competição marcada para o período de 14 a 20 de dezembro, nas classes RS:X (masc. e fem.), 420 (masc. e fem.), Laser Radial (masc. e fem.), 29er (masc. e fem.) e Nacra 15 (aberta para duplas masculinas, femininas ou mistas). As primeiras regatas estão previstas para o próximo dia 16 — por causa do fuso horário, no horário de Brasília a competição começa na madrugada de quinta para sexta-feira.
“Vamos para o campeonato com uma equipe cheia de gás. A vela é um esporte de carreira longa para o atleta. Então, nosso foco principal, mais do que o resultado em si, é dar a esses velejadores experiência com barcos que servem de base para as classes olímpicas, num ambiente de competição internacional de alto nível”, diz Alexandre Saldanha, o Spanto, que chefiará a delegação brasileira e foi técnico de Robert Scheidt nos Jogos Rio 2016.
O Brasil estará representado em todas as classes, com oito velejadores e seis velejadoras. No Mundial da Juventude de 2015, o país conquistou duas medalhas: prata, com Leonardo Lombardi e Rodrigo Luz (420 masculino); e bronze com Brenno Francioli (RS:X masculino). A vela brasileira tem um histórico de sucesso no Mundial da Juventude, incluindo os ouros de Robert Scheidt (1991), Martine Grael e Kahena Kunze (2009), atletas que depois se tornariam medalhistas em Jogos Olímpicos.
Os velejadores do Brasil no Mundial da Juventude 2016
Nome |
Idade |
Classe |
Lucas Cazale Bonioli Cardoso |
16 |
29er |
Lucas Bethlem Mirow |
17 |
29er |
Gustavo Luis Ribeiro Abdulklech |
17 |
420 |
Pietro Motta Geronimi |
17 |
420 |
Natascha dos Santos Böddener |
18 |
Laser Radial |
Daniel Rocha Pereira |
17 |
RSX |
Carlos Eduardo Lins Monteiro Lopes |
15 |
Nacra |
Rafael Melo Rizzato |
17 |
Nacra |
Joao Emilio Mendes de Vasconcellos |
16 |
Laser Radial |
Helena Van Swaay De Marchi |
17 |
29er |
Nicole Schiavo Buuck |
16 |
29er |
Olivia Belda |
16 |
420 |
Marina Mariutti Carioba Arndt |
15 |
420 |
Larissa Ricci Schenker |
16 |
RSX |
MEDALHAS DO BRASIL NO MUNDIAL DA JUVENTUDE
MUNDIAL |
VELEJADOR |
CLASSE |
MEDALHA |
Largs, na Escócia (1991) |
Robert Scheidt |
Laser |
OURO |
Marathon, na Grécia (1994) |
Rodrigo Amado e Leonardo Santos |
Laser II |
PRATA |
Fukuoka, no Japão (1997) |
Ricardo Winicki |
Mistral |
OURO |
Cidade do Cabo, na África do Sul (1998) |
André Cahú e Victor Luiz de Azevedo |
Hobie Cat 16 |
BRONZE |
Ricardo Winicki |
Mistral |
OURO |
|
Busan, na Coreia do Sul (2005) |
Mariana Basílio e Gabriela Biekarck |
420 feminina |
BRONZE |
Weymouth, na Inglaterra (2006) |
Bruno Frey e Ricieri Marchi |
Hobie Cat 16 |
PRATA |
Marcos Adler e Bruno Faria |
420 masculina |
BRONZE |
|
Arhus, na Dinamarca (2008) |
Patricia Freitas |
RS:X feminina |
BRONZE |
Búzios, no Brasil (2009) |
Martine Grael e Kahena Kunze |
420 feminina |
OURO |
Renato Amaral |
RS:X masculina |
BRONZE |
|
Zadar, na Croácia (2011) |
Martin Lowy e Kim Vidal de Andrade |
Sirena SL 16 |
OURO |
Dun Laoghaire, na Irlanda (2012) |
Menandro Lobão e Kim Vidal de Andrade |
Sirena SL 16 |
BRONZE |
Limassol, no Chipre (2013) |
Tiago Brito e Andrei Kneipp |
420 masculina |
OURO |
Tavira, em Portugal (2014) |
Kim Vidal de Andrade e Antonio Carlos Lopes Neto |
Sirena SL 16 |
BRONZE |
Langkawi, na Malásia (2015) |
Leonardo Lombardi e Rodrigo Luz |
420 masculina |
PRATA |
Brenno Francioli |
RS:X masculina |
BRONZE |
TOTAL: 6 OUROS / 3 PRATAS / 8 BRONZES = 17
SOBRE A CBVELA
A Confederação Brasileira de Vela (CBVela) é a representante oficial da vela esportiva do país nos âmbitos nacional e internacional. É filiada à Federação Internacional de Vela (World Sailing) e ao Comitê Olímpico do Brasil (COB). Tem o Bradesco como patrocinador oficial, o Grupo Energisa como parceiro oficial e patrocinador oficial da Vela Jovem e a Richards como apoiadora oficial. A vela é a modalidade com o maior número de medalhas de ouro olímpicas na história do esporte do Brasil: sete. Ao todo, os velejadores brasileiros já conquistaram 18 medalhas em Jogos Olímpicos.
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